Quinze dúvidas sobre etiqueta relacionada a crianças


Patricia Zwipp - Especial Site Terra

Os filhos são uma alegria e tanto para os pais, mas trazem uma série de dúvidas quando o assunto é etiqueta, assim como aos parentes, amigos e conhecidos: "Posso falar que não gosto que apertem a bochecha da criança?", "Qualquer um pode visitar o recém-nascido na maternidade?", "Se meu pequeno recebe um presente e diz que não gostou, devo me desculpar com a pessoa?". Para responder a essas e outras questões, o Terra conversou com os consultores de etiqueta Fábio Arruda e Ligia Marques, que ensinam como driblar as possíveis saias-justas. Confira:

Recém-nascidos

1 - Quando o bebê nasce, quem deve ir à maternidade, quanto tempo dura a visita e é preciso avisar o horário à família?
Os consultores afirmam que apenas pessoas mais próximas devem ir à maternidade. A visita pode demorar, no máximo, 15 minutos. Portanto, nada de colocar o papo todo em dia. Seja breve. Antes, ligue e pergunte qual é o melhor momento para ir ao hospital.

2 - Quanto tempo depois que a mãe chegou com o bebê em casa pode-se visitá-los?
Segure a curiosidade de ver o bebê e espere que a mãe se costume, na medida do possível, com a nova rotina. A consultora Ligia recomenda ligar após dez dias perguntando se pode visitá-los. Arruda prefere dar um tempo maior, de um mês.

3 - Como deve ser a visita em casa?
Assim como na maternidade, Arruda recomenda que seja rápida, mas existe a possibilidade de se estender um pouco mais, por cerca de 30 minutos. Se quiser usar perfume, OK, mas é interessante fugir de excessos e fragrâncias muito fortes. Vale lembrar da importância de lavar bem as mãos, já que o ato pode reduzir a transmissão de doenças contagiosas, inclusive a gripe causada pelo vírus Influenza A (H1N1), conhecida como suína. Por falar nesse assunto, o consultor lembra que, por causa da disseminação da patologia, seria interessante evitar visitas.

4 - Vou visitar um recém-nascido. Posso pegá-lo no colo ou tocá-lo?
Não. Contente-se em olhá-lo. Além de diminuir as chances de contaminá-lo com micro-organismos que trouxe da rua, também evita situações que podem lhe deixar sem graça, como o pedido da mãe para tirar as mãos de seu filho.

5 - Se fui convidada para o chá-de-bebê e levei os itens solicitados na ocasião, devo presentear a criança novamente quando for visitá-la?
Sim, é gentil. "O presente de chá-de-bebê é uma lembrancinha bem modesta, como mamadeira, fralda e chupeta. O presente da maternidade deve ser algo melhor, como uma roupinha bonita, por exemplo", disse Ligia. O consultor Arruda lembra que pode ser até flores para mãe, desde que não seja alérgica, é claro.

6 - Na hora de escolher o presente, devo ligar para os pais e perguntar o que a criança precisa ou posso escolher o que quiser?
Não precisa ligar e pode escolher o que quiser. Se tem intimidade com os pais e não quer errar, a ligação se torna uma boa aposta, como observa Arruda.

7 - Se a visita chegar e o bebê estiver dormindo, devo acordá-lo ou pedir desculpas?
Nenhuma das duas alternativas. A prioridade é o conforto do bebê, que deve dormir sossegado. Não precisa ficar com peso na consciência e acender a luz do quarto ou tirá-lo do berço. Se a visita quer ver a criança acordada, nada melhor do que ligar antes e saber o horário ideal para conhecê-la, certo?

8 - Os pais do bebê devem dar lembrancinhas?
É um gesto simpático, mas não obrigatório. Se optar por presentear as visitas sem gastar muito, uma lembrança por família já está ótimo.

Crianças maiores

9 - Se meu filho recebe um presente e diz que não gostou, devo me desculpar com a pessoa?
Sim, com certeza. O consultor Arruda recomenda dizer algo parecido com "Desculpe, estou precisando trabalhar melhor a educação dele." E nada de brigar com o filho na frente dos outros. A situação já é desagradável e não tem por que torná-la ainda mais. Quando estiver a sós com a criança, explique o problema e como deveria ter agido.

10 - Vou organizar a festa de aniversário do meu filho. Quem não posso deixar de convidar?
Ao contrário do que muitos pais fazem, a prioridade é para amigos do filho. Afinal, ele é o aniversariante. Depois, de acordo com Ligia, coloque na lista os parentes próximos e amigos, sempre pensando na quantidade de convidados que pode receber bem, por questões financeiras e de espaço. Uma dúvida que costuma surgir é se há a necessidade de chamar colegas de trabalho. Arruda recomenda responder a duas simples perguntas para descobrir como agir: "Eles conhecem seu filho? Os filhos deles são amigos de seu filho? Se a resposta é não, não precisa convidar."

11 - Decidi dar uma festa em casa e vi que o filho do meu amigo estava mexendo nos armários e tirando as coisas do lugar. Devo repreendê-lo, avisar ao pai sobre o fato ou fingir que não vi?
A questão causa divergência entre os consultores. Arruda opina que não se deve dar bronca nos filhos alheios, mas falar sobre o problema de maneira simpática com o amigo. "Por exemplo, diga que a criança está mexendo em alguma coisa e tem medo que ela se machuque." Ligia, por sua vez, recomenda chamar a atenção do pequeno travesso. "Não tenha medo disso e, se os pais reclamarem, seja firme em sua posição. Não precisa avisar aos pais, que na hora se sentirão envergonhados."

12 - Levei meu filho para brincar em um parquinho. Quando percebi, ele estava brigando com uma criança. O que devo fazer? Repreendê-lo, reclamar com os pais da outra criança?
O consultor Arruda deixa bem claro que a hipótese de tirar satisfação com os pais da outra criança não deve nem passar pela sua cabeça. O melhor é simplesmente separar a garotada. "Procure ver o que está acontecendo e ser justo na avaliação. Se for culpa do filho, faça-o pedir desculpas. Se for culpa do outro, peça que ele também se desculpe e, caso não obtenha sucesso, afaste-se dessa criança", disse Ligia.

13 - Decidi passear com meu filho no shopping e ele fez um verdadeiro escândalo porque não comprei o brinquedo que pediu. O que fazer nessa situação?
Não ceda aos caprichos da criança. Se não parar com a manha com uma conversa, simplesmente leve-a embora, mesmo que esteja gritando. A consultora Ligia dá a dica de que a bronca deve acontecer no carro e não no meio do shopping.

14 - Se acredito saber uma forma de lidar bem com a situação que a criança enfrenta (como doença ou comportamento indesejado), posso oferecer ajuda aos pais dela e passar minhas experiências?
Os consultores discordam na resposta dessa questão. Enquanto Arruda fala que não se deve interferir, Ligia sugere dizer com delicadeza que passou por situação semelhante e que, se os pais permitirem, pode dar alguma dica, sem insistir no assunto.

15 - Se não gosto que apertem a bochecha do meu filho ou que toquem nele, posso falar para parar?
Sim, mas sempre de forma delicada. Peça para que não faça isso dizendo que o filho fica irritado ou não gosta. Afinal, quem acha legal que apertem suas bochechas? Não é à toa que os pequenos costumam fugir dos parentes com esse costume. Caso tenha mania de querer tocá-los, controle-se tanto com recém-nascidos quanto com crianças maiores.
Especial para Terra

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