Felicidade é ser protagonista


Andreia Meneguete - http://www.tempodemulher.com.br/
Achar que existe fórmula para a felicidade é uma das maiores falácias contemporâneas. Buscar o kit pronto nas prateleiras disponíveis no mercado da vida é reduzir a essência da felicidade à zero. Tudo porque o estado de felicidade deixou de ser uma sensação - algo simples, que se conquista nas coisas mais simples ainda - e foi personificado ganhando a forma magra, loira, lisa e sem celulite de um pessoa que nem se quer sabemos quem é direito. Some-se aqui algumas doses de sensualidade, charme extra, conta bancária recheada e uma carreira bem-sucedida. E é claro, com um homem escândalo do lado. E o pior: todas as qualificações de felicidade passam pelo crivo de um júri cruel, composto pelo conhecido "os outros".

Na verdade, esqueceram de dizer às meninas, junto com as bonecas que ganham para brincar de gente grande, que mulher feliz tem celulite porque come batata frita com as amigas, ganha dois quilos em uma semana porque ataca brigadeiro na TPM, engorda 15 quilos na gravidez, tem cara de exausta e sente o peso de um mundo para conseguir desempenhar as diversas tarefas de um dia curto e ainda rebola muito para conseguir estar linda e cheirosa, assim como manda o figurino.

Ser feliz é optar por ser protagonista da própria vida e escolher a dedo quem serão os demais atores que atuarão com você nesta jornada. É decidir de forma madura qual cenário fará pano de fundo para cada interpretação desta deliciosa vida.

Ser feliz é estar bem-resolvida com cada decisão que toma desde a hora que acorda até o momento que fecha os olhos. Lógico que obstáculos e tristezas vão compor o enredo, mas não ganham importância e proporção maior do que aquilo que realmente vale a pena.

Importante. Esta aí uma palavra que deve ser pensada. A gente 'importa' para os nossos corações aquilo que não desejamos tirar tão cedo dele. Amigos, maridos, filho e carreira são escolhas importantes que valorizamos e cuidamos muito bem. Não torne importante algo ou alguém que não merece essa conotação.

Sou magra porque me sinto bem com o peso ideal, mas não faço dietas para ter a barriga da Carolina Dieckmann. Tenho cabelos encaracolados porque acho que não vale a pena comprometer a saúde usando o formol para tê-los lisos e esvoaçantes. Não uso roupas para estar na moda, mas, sim, porque amo selecionar a dedo aquilo que representar a minha imagem ao longo do dia.

Casei porque amo o homem que está ao meu lado, que por sinal me entende e é meu parceiro. Não casei pelo simples fato da sociedade impor a todo momento que é preciso ter uma família Doriana. Entro na cozinha quando quero e estou com fome. Jamais cozinharei porque é uma tarefa de mulher. Divido e pago todas as contas em casa porque é uma delícia ver os frutos da profissão que exerço. Sou feliz quando meu filho olha para mim e tem orgulho da pessoa que sou. Não faço nada pensando em agradar os outros. Não me movimento pensando naquilo que poderia ser referência de sucesso para terceiros.

Felicidade é aquilo que preenche a alma e não o olhar do outro. A felicidade pode estar na pele de uma mulher comum, num dia ameno, sentada no sofá frente à televisão com a companhia dos filhos. Ou não. Talvez a felicidade esteja numa mesa de negócios e uma agenda lotada de compromissos e tarefas para serem vistos e resolvidos. Tudo vai depender daquilo que satisfaz cada um. E isso só você vai saber identificar. Para os outros deixe apenas a tarefa de lhe admirar e querer saber qual é o seu segredo para ser feliz!

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