“Mas não tenho mais tanta pressa.
Comecei a aprender a ser mais gentil com o meu passo.
Afinal, não há lugar algum para chegar além de mim.
Eu sou a viajante e a viagem."

Ana Jácomo

Texto de Beatriz Alessi - publicado em www.tempodemulher.com.br

Ele é considerado o físico teórico mais brilhante desde Albert Einstein. Lançou luz sobre os segredos do Universo, do Big Bang aos buracos negros. E ajudou a popularizar a ciência ao traduzir o cosmos para os leigos. Mas, aos 70 anos, Stephen Hawking confessa que um enigma escapa à sua compreensão: as mulheres. Numa entrevista à revista New Scientist, o físico britânico cuja longevidade intriga a ciência (Hawking luta contra uma doença degenerativa há 50 anos) diz que as mulheres são um completo mistério para ele.

Nesse quesito, Stephen Hawking, que já foi casado duas vezes e é pai de três filhos, não está sozinho. Ao longo dos tempos, não foram poucos os que se declararam inábeis na arte de decifrar o sexo feminino. Oscar Wilde, o poeta irlandês, saiu com uma tirada de lorde: "As mulheres são feitas para serem amadas, não para serem compreendidas". O comediante americano Groucho Marx foi mais explícito: "Quem disser que consegue enxergar através das mulheres está perdendo muita coisa". Caetano Veloso também confessa alguma perplexidade no verso Mas a gente nunca sabe mesmo /O que é que quer uma mulher. Até Frank Sinatra, com aqueles famosos olhos azuis, se achava incompetente na matéria: "Dizem que tenho PhD no assunto mas a verdade é que mais falhei do que qualquer outra coisa".

E como nós, mulheres, falamos de nós mesmas? Eleanor Roosevelt, ex-primeira-dama dos Estados Unidos, usou uma metáfora: "A mulher é como um saquinho de chá. Só sabe se é forte quando está em água quente". Rita Lee exaltou a fêmea em nós: Mulher é bicho esquisito / Todo mês sangra. Que, no entanto, tem Um sexto sentido / Maior que a razão. A escritora britânica Virginia Woolf descreve a mulher como um ser sem fronteiras: "Como mulher, não tenho país. Como mulher, meu país é o mundo inteiro". E Clarice Lispector sublinha a nossa impermanência: "E ela não passava de uma mulher... inconstante e borboleta".

Talvez nós, mulheres, estejamos mais perto de entender nossa própria natureza - sensível, inconstante, plural. E talvez os homens ainda estejam a anos-luz de decifrá-la. Talvez, caro Stephen Hawking, alguns mistérios sejam mesmo insondáveis.

“Sede assim – qualquer coisa
serena, isenta, fiel.
Flor que se cumpre, sem pergunta...“ Cecília Meireles
Com a imagem das pequenas priminhas  Maria e Mariah desejo um 2012 repleto de paz, saúde, harmonia, luz e muita alegria. A Maria (de vestido riscado) nasceu de parto normal feito por mim há cinco anos, no Hospital Geral de Cuiabá, é filha da Carla Lustoza. Que a pureza e a singeleza das flores e dessas menininhas meigas nos acompanhem todos os dias deste novo ano!