Alcoolismo feminino - o que é e como tratar





Por MADSON MORAES - Tempo de Mulher


Alcoolistas do sexo feminino sofrem danos na região do cérebro três vezes mais rápido do que do sexo masculino nas mesmas condições, segundo revelou um estudo publicado em 2012 no periódico "Alcoholism: Clinical and Experimental Research". A pesquisa destacou que todos que consomem excessivamente bebidas alcoólicas têm a função da serotonina comprometida, mas esse problema alcança as mulheres mais precocemente.
A ingestão constante, descontrolada e progressiva de bebidas alcoólicas pode comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo da mulher e levar a consequências irreversíveis, como lesões no fígado, até a problemas ginecológicos como menstruação ausente, abortos espontâneos e infertilidade.

"A doença afeta não apenas o paciente, mas toda a família e o prejuízo na saúde é maior nas mulheres do que nos homens", explica Doritch Wallach Verera, psicóloga, coordenadora da Clínica Prisma e especialista em Dependência Química pelo Instituto Sedes Sapientiae. Enquanto eles demoram, em média, 10 anos para desenvolver o vício, elas sucumbem em até cinco anos. Por que isso acontece? As mulheres têm um menor volume de água no corpo e mais gordura em relação aos homens, o álcool fica mais concentrado no sangue. O risco delas desenvolverem cirrose é maior. Uma mulher que ingere mais de 14 doses por semana já corre risco na saúde.
A prevenção e o tratamento da dependência alcoólica deve levar em conta fatores socioambientais específicos de cada paciente. "O padrão de ingestão de drogas, os aspectos socioculturais, a dinâmica familiar e as consequências decorrentes do abuso do álcool são fundamentais para a caracterização das diferenças de cada caso", observa Doritch.

No Brasil
A mulher de hoje vive uma pressão para se destacar em todos os aspectos da vida. Precisa ser uma profissional de ponta, uma boa mãe no lar com filhos e, ainda, uma boa companheira. Tais papéis, aliados a outros fatores, podem contribuir para a vulnerabilidade a uma doença que vem crescendo: o alcoolismo feminino. Segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas por mulheres passou de 8,2% para 10,6% entre os anos de 2006 e 2010. E a doença, considerada grave pela Organização Mundial da Saúde (OMS), gera prejuízos biológicos bem mais agudos ao sexo feminino.
Em São Paulo, por exemplo, o atendimento a mulheres dependentes de álcool cresceu, no período de 2008 a 2010, o equivalente a 46%. O estudo, realizado pela da Secretaria de Estado da Saúde e que compreendeu os atendimentos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAP's), comparou os dois primeiros meses de cada ano e mostrou um aumento gradual ao longo do período. Em 2008, o número de atendimentos prestados pelos CAP's paulistas, em janeiro e fevereiro, foi de 4.235. Já em 2009, saltou para 6.048 e, em 2010, foi para 6.169 - um aumento de 45,66% em dois anos.

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